Eros

Eros e Psiquê

Cada um dos quatro heróis havia sido amaldiçoado por um dos Primordiais. Teseu não podia sonhar, nem ao menos dormir, pois Hipnos lhe negara a entrada em seu reino. Aquiles não podia morrer, nunca sentiria a paz serena da lâmina de Tânatos e amargaria o sofrimento terreno por toda a eternidade. Hercules não era dono de seu próprio destino, nem uma das suas escolhas realmente importava, já estava tudo programado por Moros.
Mas a sua maldição, ponderou Perseu fitando a face andrógina de Eros, era certamente a pior de todas.
– Por que eu? – indagou Perseu. – Por que terei de viver toda uma vida sem nunca saber o que é o amor? Sem nunca saber o que é amar e ser amado?
– Desculpe – respondeu Eros. – Mas minha dádiva é para poucos.

A Máquina do Mundo

Máquina do Mundo

– Onde Estou?
– Seja bem vindo ao CPD do universo.
– CPD?
– Sim, o Centro de Processamento de Dados. Eu sou Moros, o…
– O Programador do Destino.
– Então você me conhece.
– Claro que conheço. Por toda a minha vida tentei me libertar do programa que você escreveu para mim. Mas foi em vão. Tudo que fiz para escapar, apenas me prendeu mais ainda a ele.
– Nem tudo foi em vão. Venha, quero lhe mostra algo.
– O que é isso?
– É a máquina do mundo. Vamos, olhe para dentro dela. O que vê?
– O código fonte do meu destino… está desaparecendo… Mas por quê?
– Você finalmente conseguiu o que queria. Enfim, se tornou senhor de si mesmo, dono de seu próprio destino.
– Livre… eu estou livre. LIVRE!
– Parabéns Hércules.
– Por favor, me chame de Alciedes. Hércules, agora, está morto.